domingo, 5 de outubro de 2008

VIVA A REPÚBLICA!

A REVOLUÇÃO DE 5 DE OUTUBRO – A IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA


A proclamação da República, entoada simbolicamente por Eusébio Leão, secretário do Partido Republicano, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa, na manhã, mais clara que tantas outras, de 5 de Outubro de 1910, foi um grito tonitruante de esperança num futuro que se iluminava, então, pelos altos valores da liberdade, igualdade e fraternidade. Felizmente o seu eco tem vida própria, trespassando os tempos, enfrentando as noites armadilhadas pelo medo, habitando os sonhos de alguns homens, os homens suficientes para de novo semearem no coração de muitos outros o horizonte do progresso cultural, social e moral, desígnio de toda a nação, renovado em Abril de 1974.
Quando eclodiu a revolução republicana de 5 de Outubro, Portugal contava com 5.960.056 analfabetos, que correspondiam a 75,1% da população nacional, indicador esmagador do estádio de subdesenvolvimento em que se encontrava atascado Portugal. Foi este o horrível legado de oito séculos, que a jovem república herdou da deposta e decrépita monarquia, que rapidamente foi banida do coração dos portugueses.
Convicto que o desenvolvimento de uma nação se alicerça na educação e na formação dos seus cidadãos, temos hoje, republicanos, jovens e velhos, que estar preocupados com a aparente ineficácia do sistema educativo, tão badalado por tantos, mas tão mal explicado e tão pouco compreendido.
A educação deverá ser, na verdade, um desígnio prioritário da nação, mas não o único. As sociedades devem desenvolver-se de forma integrada e equilibrada. Não há, porém, verdadeiro desenvolvimento se construirmos casas para as famílias que viviam em barracas, mas não conseguirmos que os filhos se mantenham mais tempo na escola que os pais. É uma batalha que a democracia não está a ganhar de forma retumbante, pois continuam, um pouco por todo o lado, a surgir, como cogumelos venenosos, novos analfabetos, novos guetos, novos marginais, onde os sintomas mais visíveis são o abandono escolar prematuro e o aumento do desemprego, da prostituição, dos assaltos, da insegurança, da pobreza, enfim, da depressão generalizada da sociedade.
Por tudo isto e muito mais, a comemoração do 5 de Outubro, Dia da Implantação da República, deve servir para retemperar o aço dos ideais de progresso, de igualdade, de solidariedade, de liberdade e de fraternidade que marcaram as grandes revoluções republicanas, que constituíram sempre um passo em frente na história da humanidade.


Viva Portugal! Viva a República!

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